Rodrigo Sith Lord

Wednesday, May 24, 2006

Resenha - 30 - Cruzada


Ridley Scott ataca novamente num épico, dessa vez o tema são as cruzadas. Não conheço muito da história por trás das Cruzadas, mas mesmo que não tenha sido um relato muito fiel a historia, o filme não é tão ruim quanto dizem por aí.
Em Cruzada acompanhamos o jovem ferreiro Balian partir para uma aventura na terra santa Jerusalém, para protegê-la da invasão dos mulçumanos.
Para início de conversa eu tenho uma certa implicância com Orlando Bloom como um cavaleiro destemido que lidera uma cidade contra 200.000 adversários. Como Légolas dava pra passar, afinal, ele era um elfo, mas reprisando sua profissão de Piratas do caribe, onde era um mero ferreiro corajoso, nesse filme ele não consegue quebrar seu papel em Tróia, como o babaca Páris, que leva a desgraça a seu povo por causa de uma mulher. Com esse carma de Páris, Balian não consegue me convencer, mas mesmo assim não prejudica o filme que é bem legal.
Durante a primeira metade do filme, descobrimos por que uma guerra iminente ainda não foi travada, descobrimos quem são os mocinhos e os vilões, e ainda, alguns retoques na personalidade de Balian para que acreditemos que ele irá liderar um exército. Essa primeira parte é menos emocionante, mas ainda assim é agradável, com destaque para o rei de Jerusalém, um homem castigado pela lepra ainda jovem, mas que mantém bom relacionamento através da diplomacia com o rei inimigo, Saladin.
A parte legal mesmo do filme fica por conta da última hora do filme, quando finalmente a guerra acontece. Não é nenhum Tróia ou Coração Valente, mas ainda assim é empolgante ver os planos para resistir ao exército inimigo, e o banho de sangue que jorra na tela.
Existe um pequeno detalhe muito feio durante a batalha final: um tijolo de isopor. Durante a invasão a cidade, um dos soldados de Jerusalém ergue uma pedra que compunha o muro, pelo tamanho ela devia pesar uns trinta quilos. Ele está num plano mais alto e atira direto m cima de um mulçumano que rebate a pedra pra longe com seu escudo utilizando apenas um dos braços. Cena totalmente desnecessária.
O que achei muito bem colocado foi o fato de as Cruzadas, assim como muitas outras atrocidades feitas pelo homem, eram feitas como se a mando de Deus. Em uma cena um homem grita para os cruzados: “Matar os infiéis não é crime. É caminhar para o paraíso”. Outros momentos escabrosos da igreja católica também podem ser vistos quando a cidade está cercada pelos inimigos e um bispo quer fugir, quando lhe perguntam como poderão fugir todos os inocentes da cidade, ele responde que devem ficar e morrer pois é a vontade de Deus.
Mas o que mais chama a atenção é o fato de Jerusalém, dita terra sagrada, não conseguir paz, a mais de 1000 anos. Uma terra seca, cheia de poeira é disputada por nações e reinos a centenas de anos, e ainda hoje muitos morrem para trem o direito de serem donos do “Reino Sagrado”. Mas não é legal ficar discutindo religião, por isso vou parando por aqui. No fim, é um bom filme, não chega perto de ser uma obra prima, mas também não é nada tão ruim assim. Vale pela batalha final e por alguns personagens como o rei de Jerusalém e pelo Saladino. Vale assistir mas sem comparar com outros.

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