Rodrigo Sith Lord

Sunday, March 12, 2006

Resenha - 10 - A lista de Schindler


Para fechar esse arco de comentários, o melhor dos três, A Lista de Schindler, dirigido pelo judeu Steven Spielberg, que levou seu primeiro Oscar por este filme.
A Lista de Schindler foi um projeto bastante pessoal do diretor. Vindo de uma família judia, Spielberg diz ter feito esse filme para que servisse de documento para que todos pudessem experimentar os horrores dessa época e que nunca o deixassem se repetir.
Diferente dos filmes mencionados anteriormente, onde acompanhávamos a vida de uma personagem sendo num campo de concentração (A vida é bela) ou se escondendo numa cidade inimiga (O pianista), em A lista de Schindler, acompanhamos Oskar Schindler (Liam Neeson), um mulherengo burguês alemão, que faz de tudo para salvar a vida dos judeus.
A historia que segue parece absurda, mas é inspirada num fato real. Schindler não é nenhum herói idealizado, era mulherengo, negociava no mercado negro, tinha influencia, era alemão (naquela época sinônimo de monstro) e pior, membro do partido nazista, mesmo assim fez pode para salvar seus compatriotas judeus.
Durante o filme acompanhamos também a evolução do domínio nazista, desde o inicio onde as pessoas começam a andar com as faixas no braço, passando pelos campos, e finalmente terminando com a derrota alemã.
Esse é o filme mais pesado do veterano diretor, mostrando toda a crueldade dos soldados, que matavam por qualquer motivo, inclusive sem motivo. E matar é uma coisa que Spielberg mostra ao longo de todo o filme, de todas as formas possíveis. Nos chocamos também com as humilhações e as condições desumanas a que foram submetidos os judeus durante a guerra, sem condições sanitárias, com pouquíssima comida e com dezenas de corpos em todos os lugares. Mas toda essa intensidade é em parte suavizada (se é que é possível) pela fotografia em preto e branco (vencedora do Oscar) na qual o filme foi realizado, onde em alguns momentos chave, foram adicionadas cores para destacar certos acontecimentos. Essa fotografia em preto e branco, foi escolhida na verdade para dar a impressão de que estamos assistindo a um documentário filmado na época, e não um filme moderno.
As atuações são igualmente impressionantes, Liam Neeson recebeu uma indicação por seu papel, Ralph Fiennes recebeu uma indicação para Melhor coadjuvante, pelo papel de Amon Goeth, um sádico oficial alemão e não podemos esquecer dos centenas de extras representando os judeus, que se mostraram muito bem, recebendo destaque para as cenas de mortes, onde foram assustadoramente convincentes.
A trilha sonora, vencedora do Oscar, um espetáculo do compositor John Willians, sempre com temas inesquecíveis como ET, Tubarão e Indiana Jones.
Um marco do cinema, um verdadeiro clássico moderno, retratando da forma mais fiel possível os eventos que ocorreram durante o holocausto, foi indicado a 12 Oscars, vencendo 7 deles incluindo melhor filme, sem dúvidas um dos melhores filmes dos últimos anos.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Adiei o máximo que pude mas me surpreendi ao ver esse filme.
Como sempre vc me convence - quase obriga - a ver bons filmes...

4:44 AM  

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